Espondilite anquilosante: o que paciente deve saber

O que é a espondilite anquilosante (EA)?

É uma doença inflamatória que causa dor e rigidez na coluna lombar, cervical e às vezes no quadril e nos tornozelos. Ela faz parte de um grupo de doenças chamado “espondiloartrites”. 

Quem é mais acometido?

É mais comum em homens, principalmente com idade inferior a 45 anos. Mas é importante ressaltar que as mulheres também são acometidas mesmo que em menor proporção.

Quais os sintomas mais comuns?

  • Dor lombar que se inicia gradualmente com duração maior que 3 meses e que piora ao repouso e melhora ao movimento
  • Rigidez matinal prolongada que pode durar até 3 horas
  • A pessoa pode se tornar menos flexível com dificuldade para colocar meias ou sapatos
  • Inchaço e dor em outras articulações como quadris e ombros
  • Inflamação com dor nos calcanhares, cotovelos ou costelas 
  • Fadiga

Outros problemas que podem acompanhar a espondilite:

  • Inflamação ocular (uveíte)
  • Doença inflamatória intestinal
  • Problemas na valvas do coração

Como é feito o diagnóstico da espondilite anquilosante?

Não há nenhum teste que sozinho faça o diagnóstico da EA. Na presença de sinais e sintomas sugestivos da doença, o médico pedirá alguns exames complementares como radiografias e exames de sangue incluindo provas de atividade inflamatória (PCR e VHS). 

E o HLA-B27?

Ele está presente em aproximadamente em 80-95% dos pacientes com EA na maioria dos grupos étnicos. Ele pode ser detectado através de exame de um sangue normal.  É importante ressaltar que apesar de contribuir, ele isoladamente não fecha o diagnóstico, e a sua ausência, também não afasta por completo a espondilite anquilosante. Portanto, esse exame deve ser analisado dentro do contexto clínico e laboratorial do paciente.

Como a espondilite anquilosante é tratada?

São orientados exercícios que envolvam alongamento e fortalecimento muscular. É importante atentar a postura adequada. O tratamento medicamentoso envolve anti-inflamatórios não esteroidais como Ibuprofeno, Naproxeno, Meloxicam, entre outros. Se necessário, o reumatologista indicará outros medicamentos imunossupressores sintéticos ou biológicos. 

 

 

Dor ciática

Muita gente já ouviu falar da dor ciática ou ciatalgia. Mas afinal de contas, o que é o nervo ciático?

O nervo ciático é o maior nervo do corpo humano. Ele se origina das raízes nervosas que saem da coluna lombar e é responsável por controlar as articulações do quadril, joelhos e tornozelos, além dos músculos das pernas e pés. 

A dor ciática ocorre por inflamação, compressão ou irritação do nervo ciático. Então, a ciatalgia é mais um sintoma, do que uma doença propriamente dita.

Causas

A causa principal é a hérnia de disco, pode ocorrer também na estenose do canal vertebral, na espondilolistese, e mais raramente, por trauma ou compressão tumoral.

Quais as características da dor ciática?

  • Dor na parte posterior do glúteo, coxa e perna;
  • Dor tipo choque ou queimação;
  • Nos casos mais graves pode haver diminuição da força muscular do membro afetado;
  • Perda de sensibilidade e/ou diminuição dos reflexos na região afetada;
  • Piora ao espirrar ou tossir;
  • Geralmente a dor melhora deitado;
  • Aumento da dor com a manobra de elevar o membro inferior esticado se o paciente estiver deitado.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico com a história clínica em que o médico analisa as características da dor, e se necessário, ele solicita exames complementares como raio-X, tomografia computadorizada  ou ressonância magnética.

Diagnósticos diferenciais

É importante ressaltar que muitas vezes, as dores são erroneamente chamadas de ciáticas. As dores podem ter outras causas que não a hérnia de disco, e nesse caso não tem relação com o nervo ciático. Por exemplo, dores na face lateral da coxa podem ser uma bursite trocantérica, dor na nádega pode ser causada pela bursite isquiática, podem ocorrer ainda as dores miofasciais, entre outros.

Prevenção

 

Realize exercícios físicos regulares associados a alongamento e fortalecimento muscular. Procure ter atenção à sua postura no trabalho ou em casa. Veja se a posição da cadeira, do computador e colchões estão adequados. Evite carregar excesso de peso e procure carregá-los de forma adequada.

Tratamento conservador

Primeiro tenta-se identificar e corrigir as causas responsáveis pela compressão desse nervo. Nas crises agudas de dor, podem ser usados analgésicos, anti-inflamatórios, repouso por curto período. Indica-se fisioterapia, e se indicado é possível tentar infiltração com corticoide, guiadas por radioscopia ou tomografia.

Tratamento cirúrgico

Indicado quando não há melhora com o tratamento conservador. E sua indicação deve ser avaliada pelo médico especialista.

Crédito fotos: <a href=”https://www.freepik.com/free-photos-vectors/medical”>Medical vector created by freepik – www.freepik.com</a>

<a href=”https://www.freepik.com/free-photos-vectors/background”>Background photo created by freepik – www.freepik.com</a>

Tratamento não medicamentoso da fibromialgia

A fibromialgia é uma doença reumatológica em que ocorrem dores difusas pelo corpo todo. Outros sintomas são cansaço, um sono que não descansa, problemas de memória e concentração,  formigamentos ou dormências, ansiedade, depressão, dores de cabeça, e alterações intestinais.

Tratamento multidisciplinar

O tratamento da fibromialgia deve ser multidisciplinar, ou seja, além do reumatologista, colaboram com um acompanhamento em conjunto, o psicológo, psiquiatra, fisioterapeuta, educador físico e terapeuta ocupacional. É importante ressaltar que o apoio da família é fundamental e faz parte do tratamento da pessoa com fibro.

Exercícios físicos

São indicados exercícios aeróbicos (terrestres como caminhada e aquáticos como hidroginástica) combinados com fortalecimento muscular (treino de força/musculação). É importante saber que no início, o paciente pode sentir piora da dor ao realizar o exercício, mas que o benefício a longo prazo vale a pena, e que eles comprovadamente ajudam no tratamento. Além disso, quando a fase inicial passa, o paciente começa a sentir os benefícios dos exercícios, como a melhora das dores, do condicionamento físico e da qualidade do sono.

Terapias complementares

  • Tai chi/qi gong

  • Meditação (mindfulness)/terapia de consciência corporal
  • Acupuntura
  • Balneoterapia/hidroterapia

A fibromialgia pode causar distúrbios do sono. A pessoa pode apresentar insônia, acordar várias vezes durante à noite, levantar pela manhã já se sentindo cansada e ter sonolência durante o dia. É importante realizar medidas de higiene do sono.

Medidas de higiene do sono

  • Criar uma rotina para tentar dormir sempre no mesmo horário
  • Evitar ingerir qualquer tipo de estimulantes no período noturno. Estimulantes mais comuns são: café, coca-cola, guaraná, chimarrão e alguns tipos de chá.
  • Evitar ficar no celular/ tablet antes de dormir
  • Apagar todas as luzes, fechar as cortinas, desligar as luzes do celular/tablet 
  • Tornar o quarto um ambiente silencioso. Dormir em ambientes barulhentos diminui a qualidade do sono
  • Procurar não deixar para resolver os problemas na hora de deitar na cama

Acompanhamento psicológico

É bastante comum o transtorno depressivo e/ou de ansiedade estar associado a fibromialgia. Nesses casos é bem importante avaliação e tratamento com psicológo e psiquiatra. Uma das terapias indicadas é a cognitivo-comportamental.

E o que não é recomendado:

  • Hipnoterapia
  • Biofeedback
  • Quiropraxia
  • Massagem

O tratamento não medicamentoso é fundamental para o sucesso no tratamento da fibromialgia. 

Cisto sinovial

O cisto sinovial é notado como um estrutura arredondada, principalmente no dorso (“parte de cima”) da mão ou do punho. Forma-se um cisto, “uma bolha” do líquido da articulação (líquido sinovial).

Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum entre 20 e 40 anos, e tem discreto predomínio em mulheres.

Ele pode surgir em qualquer articulação, mas o punho é o lugar mais comum. A causa ainda é desconhecida, mas é sugerido uma degeneração mucoide das estruturas periarticulares. O papel do movimento repetitivo ainda é incerto, mas pode induzir a piora da lesão.

Na maioria dos casos o cisto sinovial não causa nenhum sintoma, porém eventualmente pode provocar dor ou desconforto local.

Pode ser primário, ou seja, aparecer “do nada” ou ainda ser secundário a uma lesão ligamentar ou doença reumatológica.

Quando sintomático, indica-se repouso do local acometido e uso de anti-inflamatório não hormonal. Caso não tenha melhora, pode ser necessário aspiração do cisto, seguido de injeção de corticosteroide no local. Casos refratários são encaminhados para a cirurgia.

Quais doenças o reumatologista trata?

Fibromialgia

É uma doença que causa dores no corpo generalizadas e está associada a enxaqueca, distúrbios do sono e do humor, alterações intestinais, entre outros.

Artrite reumatoide

É uma doença autoimune crônica que pode afetar diversas articulações, sendo as mãos, os pés e os punhos as regiões mais acometidas.

Osteoartrite

Também conhecida como artrose, essa doença é caracterizada pelo desgaste das cartilagens que recobrem as extremidades dos ossos. Ocorre principalmente nos joelhos, quadril e mãos.

Osteoporose

É uma doença em que osso torna-se mais frágil com maior risco para fraturas. Ocorre principalmente em mulheres após a menopausa, mas também pode ocorrer em homens e ter outras causas secundárias.

Gota

Essa doença é desencadeada pelo acúmulo de ácido úrico no organismo. Ele pode se depositar nas articulações causando uma inflamação local.

Lúpus

É uma doença autoimune crônica sistêmica que provoca alterações em diversas partes do corpo. Pode acometer a pele, as articulações, os pulmões, os rins, o sangue, entre outros.

Lombalgias

O reumatologista pode diferenciar uma lombalgia comum de uma dor nas costas causada pela espondilite anquilosante.

Tendinites

O tendão é uma estrutura fibrosa que liga o músculo ao osso. A sua inflamação é, geralmente, causada por movimentos repetitivos e traz dor e limitação física.

Essas doenças acima citadas são as mais comumente tratadas pelo reumatologista. Porém, existem centenas de outras doenças que também são cuidadas por essa especialidade, como:

  • Síndrome de Sjögren

  • Síndrome antifosfolípide

  • Esclerose sistêmica

  • Doença mista do tecido conectivo

  • Doença de Behçet

  • Artrite psoriásica

  • Espondilite anquilosante

  • Polimiosite e dermatomiosite

  • Sarcoidose

  • Febre reumática

  • Vasculites

  • Artrites pós-infecciosas

3 exercícios que você não sabia, mas são maravilhas para a saúde

      1. Natação

       Aumenta a resistência física, melhora a flexibilidade e tem pouco impacto. Costuma ser recomendada para quem tem espondilite anquilosante, desde que não haja contra-indicação.

      2. Tai chi

       É uma forma de exercício que une mente e corpo. Originária da China envolve artes marciais, meditação e movimentos suaves de dança que levam a conexão da mente e corpo. É indicada como terapia complementar para transtornos de ansiedade, fibromialgia e osteoartrose de joelhos.

      3. Exercícios Kegel

         São exercícios que fortalecem a musculatura pélvica que sustenta a bexiga. Podem prevenir a incontinência urinária. 

Consulte seu médico para avaliar se está apto a realizar exercícios físicos.

Quais são os sintomas da fibromialgia?

  • Dores difusas pelo corpo todo
  • Cansaço
  • Distúrbios do sono
  • Problemas de memória e concentração
  • Formigamentos ou dormências
  • Ansiedade
  • Depressão
  • Enxaqueca
  • Alterações intestinais, principalmente constipação

Você já ouviu falar da DOR MIOFASCIAL?

Dores nas costas e no pescoço podem ser ocasionadas pela síndrome da dor miofascial.

Ela se manifesta com “nódulos” ou contrações musculares que quando palpados dão a sensação de que a dor “corre”.

Dicas para evitar a dor miofascial: veja se não está curvando muito o pescoço ao olhar o celular, sente com apoio da lombar e dos pés, tente dormir em posições que mantenham a coluna neutra e procure reduzir o estresse do seu dia-a-dia.

Você conhece a SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO?

É uma doença que provoca dor, formigamento e sensação de choque em uma ou ambas as mãos.

É causada pela compressão de um nervo, chamado nervo mediano, na região entre o punho e mão.

São fatores de risco: obesidade, sexo feminino, gestação, diabetes, artrite reumatoide, hipotireoidismo, osteoartrose de mãos, doenças do tecido conectivo e fatores ocupacionais (dentistas, cabeleireiros, profissionais da agricultura, etc).

O diagnóstico é clínico, o exame de eletroneuromiografia, entretanto, pode ser solicitado em alguns casos especiais.

O tratamento envolve uso de órtese (tala), medicamento, infiltração e cirurgia, se os sintomas forem persistentes.

Exercícios físicos são parte do tratamento da fibromialgia

Os exercícios físicos podem ajudar a reduzir a dor da fibromialgia. São indicados exercícios aeróbicos como caminhada ou corrida.

Há também alguma evidência de que alongamentos e exercícios de flexibilidade também tenham benefício.

A caminhada e os exercícios na água, como a hidroginástica, são os que costumam ter a melhor aderência. É preferível realizar os exercícios sob a supervisão de um educador físico.

No início, é bastante difícil dar o primeiro passo, pois a dor é intensa. Mas aos poucos, passada a fase de adaptação, a dor começa a reduzir. 

Lembre-se de que o tratamento da fibromialgia é multidisciplinar, e envolve, além dos exercícios, tratamento medicamentoso e acompanhamento psicológico, se indicado.