Se o fator reumatoide vier positivo, significa que tenho artrite reumatoide?

A resposta é não. Apesar do fator reumatoide ser positivo em 70 a 80% dos pacientes com artrite reumatoide (AR), há casos de pacientes com  artrite reumatoide com fator reumatoide NEGATIVO. Além disso, esse exame pode vir positivo em outras doenças, como no lúpus  eritematoso sistêmico, em que o fator reumatoide é positivo em 20 a 30% dos pacientes.

Outras doenças associadas com o fator reumatoide positivo:

  • Síndrome de Sjögren
  • Doença Mista do Tecido Conjuntivo
  • Dermatomiosite e Polimiosite
  • Sarcoidose
  • Crioglobulinemia
  • Colangite biliar primária
  • Infecções como HIV, hepatite B ou C e endocardite

E há ainda a presença do fator reumatoide em 5 a 10% das pessoas saudáveis, e isso ocorre principalmente em pessoas com idade mais avançada.

Por isso, é preciso considerar toda a história clínica e outros exames complementares, antes de dizer que é artrite reumatoide apenas por este exame positivo.

Síndrome de Behçet

O que é a síndrome de Behçet?

É um tipo de vasculite, ou seja, uma inflamação dos vasos sanguíneos espalhados pelo corpo todo.

Quais os principais sintomas?

Aftas na boca e úlceras genitais de repetição. Pode haver ainda dores e inchaços articulares, acometimento dos olhos com inflamação e obstruções dos vasos sanguíneos.

Como é feito o diagnóstico?

Infelizmente não existe ainda nenhum marcador específico que diagnostique o Behçet. Deve-se procurar um médico reumatologista que irá investigar os sintomas e sinais sugestivos. Ele pedirá alguns exames complementares para afastar outras doenças. Muitas vezes, o diagnóstico é difícil, pois as lesões podem ser confundidas com outras doenças, como herpes, por exemplo. Portanto, é importante procurar ajuda médica o mais rápido possível para realizar uma avaliação.

Existe tratamento?

Sim, o Behçet pode ser tratado com medicamentos que realizam um controle adequado da inflamação. 

ARTRITE REUMATOIDE X TABAGISMO

No início deste ano, nós fizemos uma enquete sobre quais seriam as metas para o ano de 2019. Parar de fumar foi uma das mais comentadas. 

Mas afinal, o que tem a ver a artrite reumatoide (AR) com o tabagismo?

Vários estudos já demostraram a associação do tabagismo com o desenvolvimento da artrite reumatoide. Além disso, acredita-se que o cigarro possa diminuir a resposta ao tratamento com as drogas modificadoras de doença que são a base to tratamento da artrite reumatoide. Desse modo, os pacientes que fumam parecem apresentar um pior prognóstico da doença comparados àqueles que não são tabagistas. 

Já se sabe há bastante tempo que o cigarro aumenta o risco das doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio e  o acidente vascular cerebral (conhecido popularmente como derrame cerebral). A AR sendo uma doença inflamatória, por si só, é considerada um fator de risco independente para o desfecho cardiovascular. Os estudo mostram que a aterosclerose (acúmulo de gordura nas artérias) ocorre de forma mais acelerada. E portanto, se a pessoa tem artrite reumatoide e fuma, ela acrescenta um risco muito maior para piora dessa aterosclerose, e consequentemente aumenta muito o risco cardiovascular.

Sendo assim, sempre vale a pena parar de fumar. O primeiro passo é a decisão de QUERER parar! Se você fuma e tem vontade de parar, peça ajuda, pois você está dando um grande passo no cuidado da sua saúde e na prevenção de futuras doenças.

 

 

É verdade que corticoide engorda?

Corticoide é um tipo de medicamento muito usado no tratamento de doenças inflamatórias, alérgicas e doenças auto-imunes. Quem já precisou tomar, sabe que ele causa um alívio enorme dos sintomas, mas também pode levar a uma série de efeitos colaterais.

Os corticoides tomados por boca mais conhecidos são: a prednisona, a prednisolona e o deflazacorte. 

Mas afinal, o corticoide pode levar a um ganho de peso?

A resposta é sim. Esse efeito costuma ser dose dependente e relacionado à duração do tratamento.

O corticoide leva a redistribuição da gordura do corpo, ou seja, a gordura pode se acumular em locais indesejados, como no parte de trás do pescoço e ainda no rosto. Ele pode ficar “inchado”, arredondado, o que os médicos chamam de “moon face” ou “face de lua cheia”.  E ainda, há um aumento de apetite que pode contribuir bastante para o excesso de peso.

Assim, se você precisa do corticoide para controle da sua doença, é recomendável manter um estilo de vida saudável e ainda realizar um acompanhamento médico regular para minimizar os possíveis efeitos adversos deste medicamento.

5 dicas para evitar as dores nas mãos

Se você tem dor nas mãos, seja por artrose, tendinite ou artrite reumatoide, você deve proteger essas articulações.  É preciso ter atenção nos movimentos diários para não sobrecarregar suas mãos. 

Aqui vão algumas dicas:

1- Como segurar os objetos?

Ao segurar objetos pesados, como um prato, use a palma das duas mãos como apoio, e não somente a ponta dos dedos.

                

2- Como segurar as sacolas e bolsas?

Evite carregar as sacolas na ponta dos dedos. Procure carregá-las, ou na altura do cotovelo, ou ombros, sempre em uma articulação maior para evitar sobrecarregar as pequenas articulações das mãos. Se for ao mercado ou feira, onde já sabe que carregará uma quantidade maior de compras, já se programe para levar um carrinho para não precisar carregar as compras nas mãos. Esse mesmo princípio vale para as mulheres que costumam carregar bolsas pesadas no dia-a-dia. Evite as bolsas “de mão”, procure trocá-las por bolsas que possam ser carregadas nos ombros, e de preferência com pouca carga. Faça uma limpeza na sua bolsa com frequência e evite o peso desnecessário.

 

                  

 

3- Palma da mão

Use toda a palma da mão e não apenas as pontas dos dedos para abrir os potes.

4- Cuidado com o uso excessivo do celular

Evite digitar muito no celular e procure alternar as mãos ao usar o aparelho. Tente ainda poupar o polegar, digitando com os outros dedos também. E se for enviar uma mensagem muito extensa, pode utilizar o recurso de mensagem por voz. 

5- Adaptação no trabalho

Procure realizar uma adaptação, caso o seu trabalho exija o uso das mãos o tempo todo.  O terapeuta ocupacional é o profissional habilitado a fornecer orientações sobre adaptação dos movimentos e proteção articular.

 

 

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Osteoartrite e seus fatores de risco

O que é osteoartrite?

Em primeiro lugar, devemos destacar que artrose é o mesmo que osteoartrose e osteoartrite. Esses três termos, portanto, se referem à mesma doença. Porém, a artrose é uma entidade diferente da artrite reumatoide.

A artrose é considerada a forma mais comum de artrite. Pode acometer as mãos, os joelhos, os quadris, a coluna (os famosos “bicos de papagaio”) e os pés, principalmente as primeiras metatarsofalangeanas (as chamadas “joanetes”). Ela é causada por um processo inflamatório associado a um desgaste da cartilagem da articulação.

No Brasil estima-se que a prevalência seja de aproximadamente 4,1%, ou seja, é relativamente bastante frequente na população. Pode acometer homens e mulheres, sendo que a artrose de joelhos é 2x mais frequente no sexo feminino e com pico aos 50 anos de idade.

Fatores de risco

  • Idade acima dos 50 anos
  • Sexo feminino
  • Fator genético
  • Obesidade
  • Lesão articular prévia, por exemplo, pós traumática

Artrite psoriásica

A artrite psoriásica é uma artrite inflamatória associada com a psoríase. Inicialmente, ela foi considerada uma variante da artrite reumatoide, porém hoje é considerada uma doença distinta.

Até 30% das pessoas com artrite com psoríase desenvolvem artrite psoriásica. A frequência, em geral, é similar entre homens e mulheres. A artrite pode manifestar-se em qualquer idade, com um  pico entre 30-40 anos e  outro pico entre 50-69 anos.

Pode acometer as articulações das mãos, punhos, joelhos, pés, quadril e coluna (semelhante à espondilite). Também pode ocasionar inflamação em tendões e ligamentos levando à entesite que é a inflamação do local onde o tendão ou ligamento se insere no osso. Isso pode ocasionar dor no calcanhar e na planta dos pés. Pode haver ainda um sinal chamado dactilite que é um inchaço difuso do dedo da mão ou do pé semelhante a um “dedo em salsisha”.

É importante ressaltar que a psoríase e a artrite psoriásica não são doenças contagiosas. 

O tratamento é individualizado e envolve medicamentos, reabilitação, fisioterapia e terapia ocupacional. A terapia imunobiológica também tem tido excelentes resultados.

 

 

Saiba mais sobre a esclerose sistêmica

O que é esclerodermia?

Esclerodermia é o termo usado para um grupo heterogêneo de condições que cursam com o espessamento da pele.  A esclerodermia pode ser localizada quando acomete só a pele ou pode estar associada a um envolvimento sistêmico, e nesse caso, é chamada de esclerose sistêmica.

O que é esclerose sistêmica?

É uma doença auto-imune, rara e ainda pouco conhecida que causa espessamento da pele por ativação da auto-imunidade e aumento da produção de colágeno e de substâncias que levam à fibrose e provocam inflamação.

Qual o principal sinal da esclerose sistêmica?

O espessamento da pele. A pessoa pode perceber que a pele está mais “grossa” e em casos mais avançados pode notar a pele “esticada”, o nariz mais fino e até mesmo redução da abertura da boca.

Quais os principais tipos de esclerose sistêmica?

Cutânea limitada

O espessamento da pele se restringe às mãos, distal (“para baixo”) aos cotovelos e joelhos, rosto e pescoço, mas não pega o tronco, nem o abdome. Pode levar a manifestações da chamada síndrome CREST (calcinose, fenômeno de Raynaud, dismotilidade esofágica, esclerodactlia e teleangectasias).

Cutânea difusa 

O espessamento da pele acomete o tronco, o abdome, os braço e ombros. São mais propensos a uma evolução mais rápida da doença e ao dano de órgãos internos.

Sine escleroderma

Quando não ocorre o espessamento cutâneo, mas há acometimento vascular e de órgão interno.

Overlap ou sobreposição

Quando ocorre em combinação com manifestações de outra doença reumatológica como o lúpus eritematosos sistêmico, a dermatomiosite ou artrite reumatoide.

Fora a pele, o que mais a esclerose sistêmica pode acometer?

  • sistema gastrointestinal
  • pulmão
  • rim
  • coração
  • sistema musculoesquelético
  • neuromuscular
  • geniturinário

 

Quais doenças o reumatologista trata?

Fibromialgia

É uma doença que causa dores no corpo generalizadas e está associada a enxaqueca, distúrbios do sono e do humor, alterações intestinais, entre outros.

Artrite reumatoide

É uma doença autoimune crônica que pode afetar diversas articulações, sendo as mãos, os pés e os punhos as regiões mais acometidas.

Osteoartrite

Também conhecida como artrose, essa doença é caracterizada pelo desgaste das cartilagens que recobrem as extremidades dos ossos. Ocorre principalmente nos joelhos, quadril e mãos.

Osteoporose

É uma doença em que osso torna-se mais frágil com maior risco para fraturas. Ocorre principalmente em mulheres após a menopausa, mas também pode ocorrer em homens e ter outras causas secundárias.

Gota

Essa doença é desencadeada pelo acúmulo de ácido úrico no organismo. Ele pode se depositar nas articulações causando uma inflamação local.

Lúpus

É uma doença autoimune crônica sistêmica que provoca alterações em diversas partes do corpo. Pode acometer a pele, as articulações, os pulmões, os rins, o sangue, entre outros.

Lombalgias

O reumatologista pode diferenciar uma lombalgia comum de uma dor nas costas causada pela espondilite anquilosante.

Tendinites

O tendão é uma estrutura fibrosa que liga o músculo ao osso. A sua inflamação é, geralmente, causada por movimentos repetitivos e traz dor e limitação física.

Essas doenças acima citadas são as mais comumente tratadas pelo reumatologista. Porém, existem centenas de outras doenças que também são cuidadas por essa especialidade, como:

  • Síndrome de Sjögren

  • Síndrome antifosfolípide

  • Esclerose sistêmica

  • Doença mista do tecido conectivo

  • Doença de Behçet

  • Artrite psoriásica

  • Espondilite anquilosante

  • Polimiosite e dermatomiosite

  • Sarcoidose

  • Febre reumática

  • Vasculites

  • Artrites pós-infecciosas

O médico disse que o diagnóstico é clínico. Mas o que isso significa?

Diversas doenças são diagnosticadas clinicamente. Isso significa que o médico pode dizer se você tem a doença ou não, apenas baseado nos sintomas e sinais que você apresenta. Não necessita de um exame complementar para fechar o diagnóstico.

Esse é o caso da fibromialgia. Para fazer o diagnóstico dessa doença, o médico pergunta as queixas do paciente e realiza o exame físico. Dessa forma, já é possível fazer o diagnóstico da doença, não é necessário exames de sangue ou radiografia. Os exames complementares solicitados na suspeita da fibromialgia são para excluir outras doenças. Os pacientes com fibromialgia por si só apresentam exames complementares normais. Ainda infelizmente, não existe nenhum marcador no sangue ou em imagem para esta doença.

Dessa forma, o diagnóstico da fibromialgia, assim como de diversas outras doenças, é clínico. Por isso, não estranhe se você tem fibro e seus exames complementares forem normais.